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Para que serve um herbário? Quais as modificações dos herbários, da idade média à era digital?

O que é mesmo um herbário?

O termo “herbarium ou herbário”, atualmente, refere-se a uma coleção de plantas desidratadas (“secas”), registradas e armazenadas em condições especiais para sua conservação. Segundo Lawrence (1951), o conceito de herbário pode ser expandido para “disposição dos espécimes em sequência, baseada em uma classificação aceita, que estão disponíveis como referências ou para serem utilizados em outros estudos científicos”.

A ideia de prensar e secar as plantas, provavelmente iniciou-se antes do séc. XVI, e a partir daí disseminou-se por toda a Europa. Mas quem teve a idéia de prensar as primeiras plantas? Conforme a literatura, a “arte de fazer um herbário” teve início com Luca Ghini, um renomado botânico italiano que elaborou as primeiras exsicatas (plantas secas prensadas em papel) (Vardi, 2016). Além das exsicatas, outros elementos de origem vegetal também podem fazer parte de um herbário, como por exemplo, fragmentos de madeira, frutos, lâminas com cortes anatômicos e pólen ou mesmo amostras de DNA (Jardim Botânico do Rio de Janeiro, http://www.jbrj.gov.br/colecoes/biologicas).

Luca Ghini (1490-1556). Foto de KM Pryer (2010)

Arte de fazer herbário. Foto de KM, Pryer (2010)


















E pra que serve um herbário?


Os herbários ou coleções botânicas são essenciais para o conhecimento da biodiversidade e estudos taxonômicos. Os herbários são prioritariamente utilizados para estudos da flora e micota (fungos) de uma determinada região, país ou continente, com enfoque na morfologia, taxonomia, biogeografia, conservação, desenvolvimento sustentável, dentre tantas áreas da ciência.

Segundo o Index herbariorum (http://sweetgum.nybg.org/science/ih/), plataforma que reúne dados de todos os herbários indexados do mundo, atualmente existem 3.000 herbários no mundo com 12000 curadores e especialistas associados, totalizando 350.000.000 de espécimes de plantas preservados. Os grandes herbários, como o Museu de Paris (P), o Royal Botanic Gardens Kew (K), The New York Botanical Garden (NY), U.S. National Herbarium (US) e Missouri Botanical Garden (MO), possuem como região amostrada o mundo, ou seja, registros de plantas provenientes de diversas regiões geográficas.

No Brasil, temos como referência nacional os herbários do Jardim Botânico do Rio de Janeiro (RB) e o Museu Nacional (R), com os maiores contingentes de espécimes depositados no país, 600.000 e 550.000 exsicatas, respectivamente. Hoje, o Brasil possui 150 herbários, dos quais 125 são ativos em intercâmbio de dados e materiais científicos. Neste momento, são reconhecidas 46.176 espécies para a flora brasileira (Flora do Brasil 2020 http://floradobrasil.jbrj.gov.br/).


Aleia Barbosa Rodrigues. Crédito: Eurico Zimbres.

Coleção do herbário RB. Crédito: Fabio Motta/Estadão

 

Um passeio por um grande herbário, o The New York Botanical Garden (NY)


O herbário The New York Botanical Garden (NY) abriga uma coleção de quase 7.4 milhões de amostras de plantas e fungos, das quais aproximadamente 400 mil são provenientes do Brasil. O mesmo é referência para o mundo todo, em especial, para os botânicos taxonomistas. Atualmente boa parte do seu acervo está disponível online.


The New York Botanical Garden: Área externa e coleção

Projetos estão sendo desenvolvidos com o objetivo de captura de dados e imagens de herbários de todo o mundo e sua disponibilização de forma integrada online.

O projeto Herbário Virtual-REFLORA, por exemplo, é um projeto desenvolvido pela Fundação Flora e o Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro com parcerias com demais órgãos como PNUMA e SiBBr, no qual teve início em dezembro de 2010, com o objetivo de disponibilizar, em uma plataforma virtual interativa, imagens em alta resolução, de plantas coletadas em território brasileiro e que estão depositadas em coleções estrangeiras, bem como imagens de materiais depositados em outros herbários brasileiros.

O projeto “Herbário Virtual Reflora” visa tornar todo o material depositado em herbário acessível a todos por meio de imagens em alta resolução em uma plataforma online que permitirá a consulta, por qualquer um que se interessar; a reidentificação, que contribui para dados mais precisos da biodiversidade, e para a descrição de novas espécies, além de outras funcionalidades. Tal sistema já é utilizado com o acervo dos herbários RB, K e P disponíveis.

O grande objetivo do trabalho é repatriar o maior número possível de imagens de espécimes brasileiras que estão no exterior. Atualmente, o projeto vem ampliando suas parcerias, destacando a incorporação dos herbários MO, NY, US e W. O herbário Nacional US da Instituição Smithsonian do Museu Nacional de História Natural, em Washington DC, EUA, hoje conta com mais de 5 milhões de registros de plantas históricas, colocando-o entre os maiores e os mais importantes do mundo.


A Doutoranda Valéria da Silva Sampaio, integrante do Reflora, trabalha na repatriação de inúmeros espécimes brasileiros no herbário Nacional US

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Referências

Flora do Brasil 2020 em construção. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em: <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/ >. Acesso em: 9 Set. 2016.

Lawrence, G.H.M. Taxonomy of Vascular Plants. New York: The Macmillan Company, 1951.

Vardi, S. A brief history of plants in books. Kew Blogs. Disponível em: http://www.kew.org/discover/blogs/library-art-and-archives/brief-history-plants-books. Acesso em: 8 Set. 2016.

Reflora - Herbário Virtual. Disponível em: http://reflora.jbrj.gov.br/reflora/herbarioVirtual/. Acesso em 8 Set. 2016.

Thiers, B. [continuously updated]. Index Herbariorum: A global directory of public herbaria and associated staff. New York Botanical Garden's Virtual Herbarium. Disponível em: http://sweetgum.nybg.org/science/ih/. Acesso em: 7 Set. 2016.

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